“Vai
diminuindo a cidade, vai aumentando a simpatia,
quanto
menor a casinha, mais sincero o bom dia”. (Simplicidade Pato Fu)
Eu vi duas
crianças brincando com um carrinho de guia na porta da minha casa, achei muito
engraçado a falta de jeito deles em tentar manterem-se em cima do brinquedo
todo torto e mal feito, e apesar da falta de jeito dos dois, eles pareciam que
tinham descoberto a roda, tamanha era a alegria que estampavam nos rostinhos
suados de carregarem aqueles esboços de carrinhos de guia morro acima toda
hora. Sem mencionar o perigo dos carros e ônibus que passam no local. Mas isso
era o de menos para eles, a grande preocupação deles eram as rolimãs soltando e
impedindo-os de completar a decida de quinze metros de asfalto no máximo.
Os meus não eram assim claro... |
Foi
muito legal ver estas cenas, e explicar para as minhas filhas que tipo de
brinquedo era aquele e que o papai brincou muito com este tipo de brinquedo no
meio da rua quando era criança. Ai pensei! Onde está a
simplicidade de outrora? Eu não vejo mais as crianças brincando nas ruas nos
fins de tarde com seus pais assentados nos portões. E o que dizer das
brincadeiras que fizeram parte da minha infância? Futebol de rua, queimada, garrafão, tico-tico
fuzilado, policia ladrão, pegador, rouba bandeira, brincar na enxurrada, cai no
poço...ai...ai... quem não se lembra da tão esperada SALADA DE FRUTAS, que nos
deixa com o coração a mil mas nunca acontecia nada de mais...(pelo menos
comigo), enfim, enumerei apenas algumas brincadeiras que costumava brincar na
rua (de terra) com meus muitos amigos, todos descalços com roupas as vezes
rasgadas mas em cada rostinho havia uma expressão de felicidade e de
simplicidade. Escureceu... é hora de tomar um banho de caneco ou de bacia com
água esquentada ao sol ( cheia de bolhinhas parecendo que até fervia de tão
quente), colocar uma roupa melhorzinha, encharcar no perfume, abusar do
condicionador nos cabelos ( gel de cabelos nem pensar), e quando a noite
chegava aos poucos a turminha ia se encontrando em um portão qualquer, porém,
desta feita as garotas também estavam presentes para bater aquele papo furado,
coisas da época da amizade pura e ingênua, era o máximo.
E o que dizer das casas? Muro era coisa de
rico, as casa eram todas cheias de árvores frutíferas, manga, abacate, banana,
ameixa, pau doce... Você conhece pé pau doce? Pois é... Em geral, as casas não
tinham nem mesmo cercas de arame era uma festa... Os vizinhos se conheciam não
só de vista, mas pelos nomes e faziam questão de cumprimentarem-se. Que tempo
bom, e eu pude aproveitar graças a Deus.
Que pena que o tempo foi
passando e o mundo foi perdendo esta essência, a simplicidade que outrora fizera
parte da minha infância hoje não faz parte da infância das minhas filhas.
Brincar na rua...quase impossível, ainda que estando eu no portão não tenho
coragem de deixar. A simplicidade se foi, a deixamos escapar por entre nossos
dedos, o tempo passou, o mundo mudou, a simplicidade de outrora não vejo mais
nem em minhas filhas..........QUE SAUDOSISMO!
Hoje, já não conseguimos sermos
mais simples como dantes.
Abraços cheios de saudades do
meu tempo de criança e de simplicidade.
Diney
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