domingo, 16 de novembro de 2014

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Domingo 16 de Novembro de 2014




Baseado em: ROMANOS 7: 19

 (Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço)



TEMA : Moradores de rua

PROBLEMA: Pessoas em condições sub-humanas nas ruas de BH.

PERGUNTA: O que fazemos ou deixamos de fazer, contribui para melhorar ou piorar a situação atual?

A atitude de darmos esmolas ou simplesmente não fazermos nada em relação ao que vemos constantemente nas ruas de BH a respeito de pessoas que “sobrevivem” perambulando, e ou em baixo de marquises e em praças públicas, dependendo de “um bom coração” lhe dar uma ajuda seja em dinheiro, seja em alimento, tem o poder de mudar alguma coisa em suas vidas? Ou contribui para que “vivam” nestas condições, já que recebem bem ou mal alguma condição de se manterem vivos.

Os motivos que levam as pessoas a viverem nas ruas? Difícil enumerá-los, pois, cada um passa por situações na vida que o leva a este caminho. Muitos, ou a maioria dos moradores de rua não querem permanecer vivendo assim, lhes faltam oportunidades de trabalho, confiança por parte da sociedade que os cerca, enfim, acabam entrando em um círculo vicioso:

Eu não consigo trabalho porque estou mal vestido, sujo, e moro nas ruas, porém, preciso do trabalho para comprar roupas e ter condições de moradia e estar bem apresentável para trabalhar!

A saber, existem distintamente os moradores de rua e os que estão em situação de rua.

MORADORES DE RUA:

São pessoas que não tem uma moradia fixa, casa. Por isso, não tem pra onde ir, onde se abrigar e vivem nos grandes centros onde o abrigo e a alimentação é teoricamente mais fácil. Geralmente são famílias inteiras, pai, mãe e filhos, que se sustentam invariavelmente de catar materiais recicláveis e através de pequenas doações.





SITUAÇÃO DE RUA:

São pessoas que tem um lar, seja próprio ou de familiares próximos, onde poderiam façilmente encontrar abrigo e uma situação de vida melhor, mas por motivos particulares escolheram viver nas ruas e isso é uma escolha, geralmente são dados ao álcool, drogas como forma de resistirem às intempéries do dia a dia. Normalmente são pessoas que vivem em pequenos grupos por vezes equiparando faixa de idade, nesta situação é raro encontrarmos adolescentes em grupos de adultos. Sobrevivem de esmolas e muitas vezes cometem pequenos furtos a fim de conseguirem dinheiro ou bens para trocarem por comidas ou drogas e álcool.

PESQUISA DE CAMPO:

Pude perceber isso na prática, sai para fazer minha pesquisa de campo e registrar alguns momentos nas ruas de BH. Sábado, logo pela manhã, cheguei ao centro de Belo Horizonte com acesso pelo metrô na Praça da Estação e logo comecei a ver e vivenciar a situação mais de perto. Logo na praça, observei vários homens assentados nos bancos formavam pequenos grupos e estavam visivelmente embriagados, alguns portavam pequenas garrafas com cachaça.

Ao chegar debaixo do viaduto Sta. Tereza encontrei com um grupo de estudantes da Faculdade Puc Minas que fazem parte de um “clubinho Evangélico na faculdade”. Eles estavam servindo um farto café da manhã e falando do amor de Deus aos mais de dez moradores de rua que ali estavam. Muitos pareciam com fome, e aproveitavam o lanche logo cedo, outros nem tanto, pareciam mais preocupados com uma garrafinha de cachaça que circulava entre eles. Aproveitei a oportunidade e conversei com um deles.


O Sr. SANDRO ZAQUIEL FERREIRA que a dez anos saiu do Estado da Bahia e até hoje vive nas ruas de BH. Ele pedia dinheiro insistentemente, queria ir pra Divinópolis onde segundo ele mora seu irmão. Porém, estava tão alcoolizado que ninguém acreditava na história dele.
Entre um café com leite e pão e uma Oração, todos foram se evadindo do local cada um pra seu lado.




E depois de fazer ali alguns registros, segui para o Parque Municipal Renê Gianetti onde segundo informações do grupo de Evangelistas da PUC,  havia muitos que costumavam dormir no gramado do parque.
Logo na entrada avistei um grande grupo, e ao contrário dos grupos anteriores neste havia algumas mulheres.







E em outra parte encontrei sozinho encostado em uma árvore o Sr. JOÃO ROBERTO FERREIRA nascido em 28-04-1948 na cidade de TEÓFILO OTONI MG, relatou-me que desde que o Governo de Collor de Melo confiscou o dinheiro da poupança dos brasileiros em 1990, à época ele perdeu tudo que possuía, e saiu de sua cidade deixando os poucos parentes que viviam por lá e desde então vive nas ruas de BH.







Foram poucos minutos dentro do parque, o suficiente para dar uma volta no entorno do coreto e da lagoa dos barquinhos, porém, com o meu olhar já treinado para visualizar tais pessoas, pude contabilizar aproximadamente uns 60 cidadãos espalhados pelo gramado. A grande maioria dormia, já que eles têm o costume de ficar acordados durante a noite por motivos de segurança própria, pois, no período noturno quando a cidade está mais vazia eles ficam mais suscetíveis à quem possa lhes causar algum tipo de mal. Aproveitam então para se deslocarem por vários lugares por onde podem conseguir algum tipo de benefício como: Comida, dinheiro e até drogas.

Observei também que, os mais velhos ficam isolados talvez pelo fato de não terem mais a habilidade de se deslocarem mais com tanta facilidade. Vi apenas uma família, uma mãe com três filhos tentavam repartir um cobertor em cima de um papelão sobre o chão.


Encontrei apenas um grupo que ao longe parecia ser uma família, havia uma mulher com três crianças tentando descansar sob um cobertor velho em cima de papelões rasgados que lhes serviam como cama. E tudo o que aquela família possuía cabia dentro de um carrinho de supermercado.

  



O que fazemos ou deixamos de fazer, contribui para melhorar ou piorar a situação atual?
-Os alunos da PUC Minas, saindo aos sábados pela manhã pra dar um café da manhã a alguns moradores de rua vai mudar alguma coisa na vida deles ou na situação geral?

-Um fotógrafo (eu) saindo aos sábados pela manhã para fotografar a drástica rotina dos que vivem nas ruas para divulgar aquilo que todos vêem mas fazem vista grossa, vai mudar alguma coisa na vida deles ou na situação geral?

Pensando bem, temos feito muito pouco ou quase nada pra mudar esta situação. Fato.


Fonte complementar:






OLHARconcreto.
Refletindo sobre o ser humano.
Retratando sobre a realidade de moradores em situação de rua.

Esta matéria trouxe pesquisas, dados, uma série de coisas que provam o óbvio, que o número de pessoas de rua vem aumentando, e também que grande parte da população carcerária, toma a rua como sua nova casa, assim que cumprem a pena.


Mas afinal, qual a verdadeira pena, a cadeia ou a rua?